RODA DOS EXPOSTOS

 

Professora: Luciana Bareicha 

Brasília - DF – 2002 


APRESENTAÇAO 

O trabalho relata como eram tratadas as crianças abandonadas na Roda dos Expostos, que foi introduzida no Brasil durante o período colonial e que somente foi extinta no século XX.

A roda dos expostos era um dispositivo com origem medireview e italiana. Inicialmente era utilizada para manter o máximo de isolamento dos monges reclusos, e posteriormente foi adotada também para preservar o anonimato daqueles que depositam nela bebês enjeitados.

No Brasil, o acolhimento de órfãos através da roda se estabelece no século XVIII. Desde então, pudemos observar recorrentes tensões entre a entidade religiosa e o poder local, principalmente pela obrigação pública de contribuir financeiramente para a manutenção da Santa Casa.

Uma vez recebida pela casa, a criança seria criada por uma ama-de-leite geralmente até os três anos. As amas, mulheres pobres e na maioria sem nenhuma instrução, recebiam um pagamento pelos serviços prestados o que podia prolongar o período de permanência dos pequenos, caso a casa tivesse condições de pagá-la durante esse tempo. Além disso, essa situação dava margem para diversos tipos de fraudes, como mães que abandonavam seus bebês e logo em seguida se ofereciam como nutrizes. Por falta de recursos, a instituição procurava logo empregar os órfãos, tanto como aprendizes no caso dos meninos e como domésticas no das meninas.

A escolha deste tema foi decidida pelo grupo a fim de mostrar aos colegas a falta de comprometimento do Estado, com relação a infância aquela época. Nossa intenção e mostrar que desde aquela época o Estado somente incentiva ações sociais de caráter emergencial, porem não dão estrutura nenhuma para estas instituições se manterem de forma a atender as crianças. 

 

ROTEIRO 

Foi introduzida no Brasil durante o período colonial, no século XVIII só existia três rodas, com o decorrer do tempo estendeu-se pelo Brasil e foi extinta no século XIX.

Em 1726 em Salvador, surge a roda dos expostos, onde crianças mestiças, negras e pobres eram abandonadas, como o exemplo do filho de Esmerigilda e Astrogildo que iremos contar.

Esmerigilda era uma mulher negra que não tinha cultura e falava tudo errado, sonhava pelos cantos da casa em um dia casar-se e ter um filho para amá-lo, assim como a da família onde trabalhava.

Astrogildo era um homem branco e bem criado que adorava namorar.

Um dia... Conheceu Esmerigilda e apaixonou-se perdidamente por ela.

Ele então a convidou para sair, ela ao aceitar o convite deixou-o de pernas bambas como vara verde. E ela se enlouquece de amor por ele e juram amor eterno. Um dia... ele aproxima-se dela e diz:

Ela não agüenta ao pedido e cai dura desmaiada.

Então ele começa a gritar por ajuda.

Todos correm para socorre-la e depois de algum tempo ela se restabelece e ele não exita e pergunta novamente.

Eles se casam e pós alguns dias de casado começa a discriminação por parte da sociedade. Como um homem branco casa-se com uma negra. A pressão é tamanha que eles não suportam e se separam. Porém vem um grande abalo pela frente, é que ela está grávida e filhos mestiços e mães solteiras vão para a roda dos expostos, então o desespero vem a tona na cabeça de Esmerigilda.

Ela procura consolo em sua amiga Justina e a amiga lhe dá o seguinte conselho.

Passam-se nove meses com muita dificuldade até o nascimento da criança e ela decide deixar o seu filho Manoel na Roda dos Exposto.

Após a recuperação do parto ela decide que a meia-noite deixaria o seu filho na roda. Ela chega e coloca a criança com uma carta dizendo seu nome e a promessa de acompanhar de longe o seu crescimento. Ela vai embora com o coração apertado e um propósito dentro de si de acompanhar o desenvolvimento da criança.

Passam-se os anos e Esmerigilda tem coragem de ver seu filho Manoel, ao chegar vê seu filho sujo, jogado aos cantos, sendo alimentado por uma senhora.

Ao olhar se filho entrou em desespero. Vendo-o naquela situação assustadora ela sentiu-se arrependida e foi falar com o responsável pelo local a fim de pegar seu filho de volta. A primeiro momento seu pedido foi recusado mas ela começou a insistir e ir freqüentemente ao local até conseguir ter seu pedido aceito.

Então foi buscar o seu filho que de tantos maltrato ficou doente, então ela levou-o embora e ao chegar em casa começou a cuidar de seu filho.

A recuperação dele foi a longo prazo tendo assim tempo para se arrepender e pedir perdão sobre todas as coisas erradas que tinha feito até aquele momento. 

CONCLUSÃO 

O conteúdo trabalhado foi de grande valia para todos nós, pois podemos ver que não é de agora que o Estado abandona suas crianças.

Acreditávamos que as crianças abandonadas surgiram nos tempos modernos e pudemos mostrar para aos nossos colegas que não é esta a verdade. Sempre tivemos instituições precárias e necessitadas de apoio do Estado.

Acreditamos que com este roteiro de comédia mostramos de forma clara e animada como eram tratadas as crianças excluídas de nossa sociedade. 

 

BIBLIOGRAFIA 

BAREICHA, Luciana Camara Fernandes, COMO CONCEBEMOS A INFANCIA E A ADOLESCENCIA NA HISTORIA BRASILEIRA?

MARCILIO, M.L. (1997). A RODA DOS EXPOSTOS E A CRIANÇA ABANDONADA NO BRASIL COLONIAL: 1726-1950. Em: Freitas, M. (Org.). História Social da Infância no Brasil. São Paulo: Cortez. 

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