UMA QUESTÃO DE
SAÚDE: SABER ESCOLAR E SABER POPULAR NAS ENTRANHAS DA ESCOLA
Monica Pregrino
A autora trata a questão
da saúde e como ela deve ser ensinada nas escolas, ela pretende problematizar
a forma como e tratado o saber popular e o saber escolar. Deve-se ter total atenção
ao modo de tratar alguns pontos da saúde de forma a não deixar o aluno confuso
e rebaixado, por exemplo: como trabalhar a questão da higiene corporal, se o
aluno não tem água tratada em sua comunidade? Como tratar a questão de não
andar descalço se a criança não tem o que calçar? Deve-se observar
atentamente os argumentos apresentados, por isso a questão da saúde e bem mais
ampla do que nossa sala de aula, ela abrange toda uma comunidade. A autora também
aborda a comunidade como somatório de indivíduos e os indivíduos comunitários
como objeto de conscientização, isto é , a forma mais adequada de tratar os
preceitos do bem viver, porém deve ser voltado para as comunidades e não para
os indivíduos. A escola não deve ser um ambiente para ditar regras e leis de
comportamento sobre a realidade, deve sim ser um meio de ligação entre o saber
popular e o saber escolar, pois ela deve partir de concepções populares sobre
a saúde. Para a autora o saber escolar não deve estar solto, ele deve surgir
de conhecimentos advindos dos alunos para a partir do saber popular chegarmos ao
saber escolar. Nossas escolas ainda tem resíduos dos ensinamentos jesuítas,
onde quem detinha o conhecimento era o professor e aos alunos eram apenas
pessoas sem conhecimentos que estavam ali para aprender regras e leis e se
tornar homens dotados de conhecimento, talvez seja isto a origem de nossas
dificuldades de estabelecermos relações entre teoria é prática e por isso
temos resistências em buscarmos as formas culturais produzidas nos grupos
populares. Não temos uma educação satisfatória, pois as classes populares não
tem acesso a escolas, ou se tem é de forma precária, o acesso a hospitais
quase que não existi, assim como uma criança pode construir suas hipóteses
para explicar a saúde e a doença se nosso sistema de saúde e educação estão
falidos e doentes? Com isso o que vemos é a população criando suas hipóteses,
uma hipótese popular que ás vezes não é a correta. A autora vem a mostrar de
maneira clara a rigidez que a escola trata a saúde; totalmente desvinculada da
sociedade e do habitat do aluno, devemos quebrar esta rigidez a partir da
negociação de um novo sentido para a escola, com um sentido mais inclusivo.
Temos que ter coragem para produzir saberes que ao mesmo tempo instrumentalize
as lutas e capacite a escola a ampliar sua ação sobre a sociedade.
BIBLIOGRAFIA
VALLA, V. V. (Org.) SAUDE E
EDUCAÇAO. Rio de Janeiro: DPBA, 2000. Pag 61 – 85.
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