Trabalho apresentado como requisito para a conclusão da disciplina de Alfabetização da Profa. Sandra pelo aluno:
Eduardo Rodrigues de Moraes
Curitiba
2001
A Escrita Espontânea
O autor trabalha
separadamente os momentos educacionais da criança, os quais denomina processos
de Aquisição da Linguagem e Aquisição da Escrita.
Em sua análise
do processo de Aquisição da Linguagem verifica a pré-sistematização lingüística
elaborada pela criança ao levantar hipóteses na construção verbal das frases
e na conjugação de verbos irregulares (ex.: “eu sabo”).
Após brevemente analisar a questão referente à Aquisição da Linguagem o autor segue para o processo de Aquisição da Escrita, iniciando com algumas considerações sobre a escrita propriamente dita, levando em consideração aspectos como planejamento, intenção de comunicação e leitura. Destacando que a finalidade principal da escrita é a sua posterior leitura. Segue por uma análise da historicidade da evolução da escrita, de sua passagem do sistema ideográfico para o sistema fonográfico, supondo, a partir desta análise histórica, que a criança também passa por fases similares a estas em seu processo de Aquisição da Escrita no momento em que é submetida ao trabalho de escrita espontânea.
Por suas
recorrentes citações concluímos rapidamente que Vigotsky é o principal
referencial teórico do autor, seguido por Ferreira e Teberosky. Este
referencial serve de base para seus estudos sobre as diversas hipóteses
infantis em seu trajeto de alfabetização, crendo que a criança não adquire a
escrita passivamente por já chegar à escola com uma boa carga cognitiva sobre
o que considera a respeito da escrita. O autor critica também a utilização de
ditados e cópias meramente mecânicos e sem outros maiores propósitos e
levanta a necessidade de se considerar as diferenças sócio-culturais das crianças,
defende que a criança deve possuir todo tipo de liberdade para elaborar e
escrever seus próprios textos através de sua escrita espontânea., mesmo que
para isso desconheça a ortografia correta das palavras necessárias e tenha que
levantar suas próprias hipóteses para a sua escrita, usando, na maior parte
dos casos, a sua própria fala como referência. Observando sob este aspecto o
educador não deve encarar como erro a ortografia incorreta mas deve a utilizar
de forma a identificar a atuação idiossincrática do aluno sobre a escrita.
Sua pesquisa está baseada em uma coletânea de textos infantis obtidos em escolas de educação infantil. Sua análise da segmentação dos textos infantis leva em consideração as diversas possibilidades de hipóteses que a criança pode formular no trabalho de escrita. Analisando para isto separadamente ou em conjunto os casos aos quais classifica de hipo-segmentação e hiper-segmentação, percebendo que nestes o aspecto discursivo do texto induz a criança à uma maior dificuldade de segmentação das palavras devido ao fato de ter que escrever baseando-se em recursos ortográficos aos quais ainda não domina completamente.
É estranho como
o próprio autor percebe que os acertos dos alunos provém certamente de uma
intervenção direta anterior da escola sobre a sua escrita e que, mesmo assim,
continue a lançar a sua fascinação sobre os problemas segmentares e ortográficos
devidos a falta de domínio do aluno e não vendo nisto a necessidade de
intervenção do professor. Contudo sua análise segue pela verificação dos
aspectos prosódicos dos textos, levando em conta ritmo e pausa e
classificando-os por seus grupos tonais e grupos de força.
Exemplos
de textos analisados no livro:
Amiharede foirobato
de demi
A meuradio foirobado
A mia roda foirobada
Rara seupego e lê
André
O Fábio a mava a Vivi.
E a Vivi a mava o Fábio.
E o Fábio cazca Vivi.
E a Vivi gãoou o nenê.
E o Fábio ficoalege.
Fabiana
Eu fui na praia na cidadi dos
menoris eu perguntei para um
muleci o céu nome e eli falou
qeli cixamava Adilso do Santo.
Ronaldo
Joliana pasou pano no xão.
Ela lavou a ropa para a mamãe.
Eda banho no bebé.
Edeu mamadeira para o bebé.
Eera o no vesaio dela e Ela não sabia.
Valquíria